June 02, 2016

A videira e os frutos

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- Ricardo Barbosa 

Jesus disse: “eu sou a videira, vocês são os ramos, meu pai é o agricultor. Todo ramo que permanece em mim dá muito fruto, o que não dá fruto, meu Pai corta e o que dá fruto, ele limpa para que dê muito fruto”.

É um belíssima imagem sobre o tipo de relacionamento que Jesus deseja ter conosco. Trata-se de um relacionamento trinitário onde o Pai, Filho e Espírito Santo participam tornando-o dinâmico e real. Embora a pessoa do Espírito Santo não aparece neste texto explicitamente, aparece no capítulo anterior quando Jesus fala da promessa do Consolador.

Jesus afirma que ele nos é enviado para realizar em nós o mesmo tipo de relacionamento que ele realiza primeiro entre o Pai e o Filho. Da mesma forma que o Filho permanece no Pai e realiza as obras do Pai, nós permanecemos no Filho e realizamos as suas obras.

Quando recebemos o Espírito Santo na conversão, somos conectados na Videira Verdadeira. Somos, por assim dizer, invadidos pela presença divina através da “seiva” vivificadora de Cristo. O Consolador contagia nossa mente e coração transformando nossos desejos e dando-nos um novo apetite.

O resultado deste novo relacionamento é nossa participação na vida de Cristo. O processo de amadurecimento e a presença dos frutos em nós, é o resultado de um longo caminho de obediência. Na linguagem de Paulo, passamos a andar no Espírito ou a ser conduzidos pelo Espírito. Na imagem que Jesus usa, somos ligados à videira e passamos a viver nutridos por ela.

A natureza essencial do fruto do Espírito é a reprodução da vida de Cristo em nós. O Espírito que recebemos é o Espírito de Cristo. É sobre isto que Jesus está falando ao usar a imagem da videira. É sobre isto que Paulo fala ao descrever os frutos do Espírito. Paulo apresenta uma lista destes frutos do Espírito. É claro que sua lista não é exaustiva, mas representativa. Os frutos que ele apresenta são encontrados na vida de Cristo na forma como devem ser compreendidos. A presença deles indica que estamos em Cristo e andamos no Espírito. Eles não se relacionam com a vida íntima do cristão mas, com sua vida comunitária, com seus relacionamentos. 

A presença do fruto do Espírito na vida do cristão é uma espécie de identidade cristã que ele recebe. Não existe lugar na videira para galhos secos. 

Se permanecemos em Cristo e Cristo permanece em nós, significa que tudo aquilo que é de Cristo se tornará nosso. Sua compaixão será a nossa compaixão. Sua misericórdia a nossa misericórdia. Seu amor o nosso amor. Sua justiça a nossa “Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.” Atos 2.46 b e 47.
Tudo aquilo que é de Cristo se torna nosso pela ação do Espírito. 

A vida do cristão é contagiada pela vida de Cristo pelo poder do Espírito Santo. É por isto que Deus, o Pai, é glorificado. O único fruto que agrada a Deus é o fruto que seu Filho unigênito lhe oferece. Quando nós participamos da vida de Cristo, oferecemos a Deus os mesmo frutos, os frutos que lhe agradam, os frutos de seu Filho, e nisto ele é exaltado e glorificado. 

Adorar a Deus não é simplesmente cantar ou dizer coisas boas e verdadeiras a respeito dele. É muito mais. É apresentar a ele o fruto de Jesus em nós. 

Ser discípulo de Cristo é realizar as obras de Cristo. Ser um seguidor de Cristo, é guardar as palavras de Cristo e viver em obediência a ele. 

O chamado de Cristo não é para sermos admiradores dele, seus fãs incondicionais, nem mesmo para acreditarmos nele e no que ele disse. Seu chamado envolve muito mais. 

Fomos chamados para estarmos ligados a ele, permanecermos nele, receber dele a vida, realizar a sua obra, participar do seu reino e dar fruto, muitos frutos. Somente assim seremos seus discípulos. 

Não somos nós que realizamos este relacionamento. O mesmo Espírito que realiza este relacionamento entre o Pai e o filho, realiza agora em nós. A obediência que Cristo ofereceu ao Pai, é a obediência que oferecemos ao Filho. O trabalho que o Filho realizou para a glória do Pai é também o trabalho que realizamos. O Consolador realiza em nós o mesmo relacionamento que realizou primeiro entre o Pai e o Filho. 

Somos galhos ligados e sustentados na videira pelo poder vivificador do Espírito Santo. Ainda necessitamos do trabalho do Agricultor podando os galhos que não dão frutos e limpando os que dão para que dêem mais fruto. 

Sabemos que estamos a caminho, que ainda lutamos com nosso pecado e desobediência mas, o gracioso Agricultor segue realizando seu trabalho de poda para nos manter ligados à Videira Verdadeira.
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/a-videira-e-os-frutos/

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