June 30, 2016

NON DVCOR DVCO

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“Porque as pessoas que vivem de acordo com a natureza humana têm a sua mente controlada por essa mesma natureza. Mas as que vivem de acordo com o Espírito de Deus têm a sua mente controlada pelo Espírito. As pessoas que têm a mente controlada pela natureza humana acabarão morrendo espiritualmente; mas as que têm a mente controlada pelo Espírito de Deus terão a vida eterna e a paz.”
Romanos 8:5‭-‬6

- Luis Antonio Luize

As pessoas, e principalmente os homens, são dominadas por algo. Para alguns são as paixões, outros o prazer, ou o sexo ou o poder.

O fato é que sempre haverá uma paixão principal com a qual nos deparamos e lutamos todos os dias. Um exemplo notório foi o de José com a mulher de Potifar.

José resistiu à tentação porque tinha uma consciência clara de quem era Deus na sua vida e quanto lhe custaria em santidade diante dEle.

Essa consciência não ocorreu na hora em que foi tentado e resistiu, mas certamente foi forjada no seu caráter durante toda sua vida, e quem sabe tenha iniciado nos dias em que apascentava os rebanhos do seu pai.

O fato é que toda decisão que tomamos impulsivamente é resultado do que cultivamos durante muito tempo. Desta forma, quando a tentação chega, agiremos da forma como já planejamos ou decidimos. Não é obra do acaso e nem resultado somente da tentação.

Neste tempo todo em que tenho aconselhado casais, é notório que muitas vezes um trai o outro como instrumento de vingança, porque lhe fez algo, ou seja, maquinou isto na sua mente, tomou a decisão e quando a tentação veio entendeu que era uma ótima “oportunidade” de dar o troco.

Da mesma forma, outros(as) que maquinam em suas mentes que não estão sendo satisfeitos no relacionamento e que merecem receber algo bom. Daí para concretizar o pecado quando a tentação chega está fácil.

Entende agora o que quero dizer sobre maquinar primeiro? O desejo já estava alojado na alma há muito tempo.

Quando decidimos por algo geramos uma energia que nos impulsiona a ir em frente e realizar.

Assim, precisamos nos questionar sobre o que temos pensado e meditado todos os dias:

  • Quais são nossas fantasias e sonhos?
  • Quando estou sozinho, quem sou?
  • O que nos dá satisfação e agrada aos nossos pensamentos? 

  • O que vier de resposta em seu coração é o seu verdadeiro caráter.

    A Bíblia afirma que quando damos lugar à cobiça, o pecado é concebido e uma vez consumado gera a morte.

    O espírito do destruidor estava na esposa de Potifar, é o mesmo espírito que cobiça o lugar de Deus e destruir sua criação, o homem.

    Este espírito queria destruir José e consumar o ato com ele, que repetidamente dizia não. Um dia, preparou tudo, dispensou os empregados e preparou-se para o momento, tinha certeza que ele diria sim, mas ele fugiu da investida dela.

    Hoje em dia, penso que muitos homens que se dizem cristãos cairiam nesta pegadinha maligna e iriam achar as melhores desculpas para a situação.

    Certa vez soube de um casal de noivos que estavam guardando-se para o casamento. Certo dia resolveram consumar o ato e foram à casa da praia sozinhos e ali concretizaram seu intento.

    Interessante que, em seguida ao ato, passaram a sentir repulsa um pelo outro o que acabou causando o rompimento do noivado de muitos anos.

    Penso eu que este ato realizado fora da aliança do matrimônio gerou neles um sentimento de culpa muito forte que consumiu tudo que nutriram durante todo o período anterior do relacionamento. O intento maligno fora alcançado, e era contaminá-los e torná-los culpados afastando um do outro.

    Ser corajoso, portanto, é dar as costas à tentação e fugir.

    José pagou caro por isto, e você talvez também pague um preço pela verdade. Não importa quantas pessoas confirmem a mentira, a verdade irá triunfar, da mesma forma como triunfou na vida de Cristo vencendo a morte.

    A verdade é imortal!

    Mesmo que sua mente e alma estejam arruinados pelo espírito do destruidor, o sangue de Jesus tem poder para te limpar completamente e torná-lo puro novamente aos Seus olhos.

    PARA EXERCITAR
    • Tenho vencido as tentações na minha mente? 
    • O que posso fazer para ter vitória nas tentações?
    Fonte: http://www.ichtus.com.br/dev/2016/06/30/domine-ou-seja-dominado-a-mudanca-comeca-em-mim

    June 29, 2016

    A mudança começa em mim

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    "Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra".

    2 Cr 7:14

    PS- Precisa de um chacoalhão? Vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=X5wjIMlZfZk
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    June 23, 2016

    Monte sua árvore

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    - Nizan Guanaes

    Já disse que não sou nenhum super-homem, nem sou imune a depressões, ansiedades, frustrações e aflições que esta longa crise gera em todos nós.

    Tem dias em que é difícil dormir. Em outros, é difícil pular da cama com entusiasmo. Mas, como digo aos meus sócios e time de colaboradores, numa crise a gente tem que se motivar em rodízio. Quando um cansa, vem outro apoiar. Numa crise tão aguda, o longo prazo pode ser o hoje à tarde. Como diz a Bíblia, cada dia com sua agonia.

    Meu grupo empresarial, como todos os outros, tem focado em cortar todo tipo de gordura e custo. Isso é default, obrigatório, não se discute. Mas liderar na crise não é só isso. É mais. É animar a tropa com visão e imaginação. É, sobretudo, cuidar das pessoas.

    E cuidar das pessoas não só com e-mails e whatsApps. É preciso olho no olho, pegar nas pessoas, tocar seus corações, ouvir suas angústias, com o time sentindo que o comandante está perto do chão de fábrica.
    Tenho procurado celebrar com meu pessoal cada pequena vitória diária, porque senão a gente fica se martirizando nos gols que tomamos nas tristezas e decepções dessa crise.

    É isso o que estou fazendo. E, como não posso gastar dinheiro, gasto meu tempo e minha imaginação no desafio de motivar minhas pessoas.

    Foi aí que veio essa ideia maluca, infantil, mas encantadora. No plano pessoal, decidi me motivar com um pequeno truque, planejando na minha cabeça onde eu e minha família vamos passar o Natal, uma festa de que tanto gosto.

    E foi pensando no Natal que decidi que nesta semana vamos montar aqui no escritório a nossa árvore de Natal. Eu tenho certeza de que, ao olharem para ela, as pessoas vão tirar o coração do dia a dia das más notícias, da crise, da crise, da crise. E vão lembrar que, a despeito da crise, e de ainda ser julho, agosto, setembro, outubro ou novembro, em dezembro haverá Natal.

    É uma mensagem infantil, de esperança, mas o sofrimento, a depressão e a falta de imaginação são adultos. A alegria, a fé e a imaginação são crianças. São Papai Noel e o menino Jesus. Eu quero que o meu time fique com "Jingle Bells" no coração e que esse "Jingle Bells" solte as crianças que as pessoas têm dentro delas.

    As crianças não precisam cortar custos pois são felizes com pouco. Elas sabem fazer de um cabo de vassoura um foguete, de uma toalha velha uma capa de rainha.

    Tenho certeza de que as pessoas que trabalham aqui no escritório vão estranhar em ver a árvore de Natal colocada no corredor. Depois, lerão o texto em que as convido a sonhar com o Natal e, por fim, ficarão com essa esperança tola e infantil no coração. E aí, quem sabe, um ou outro monte em sua casa sua árvore de Natal, comente com o amigo, faça um post sobre isso e espalhe pelo WhatsApp. E aí, queira Deus ou Papai Noel, esse troço viraliza como o balde de gelo do Mark Zuckerberg.

    Tudo bem, já estou exagerando, viajando na maionese. Já estou pedindo demais. Mas tenho certeza de que uma coisa a minha singela árvore de Natal vai conseguir: enquanto meus colaboradores olharem para ela, eles tirarão por um momento ao menos os olhos do dia a dia da crise e sonharão com a chegada de Papai Noel e do Natal.

    Portanto, meu querido adulto, seja criança. Coloque sua árvore de Natal também no seu escritório, na sua casa ou, pelo menos, na sua cabeça e no seu coração.

    Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/nizanguanaes/2016/06/1783764-monte-sua-arvore.shtml

    June 21, 2016

    Não existe mais cartão postal?

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    - Ariane Gomes

    Há alguns dias, participando de um encontro sobre inter-geracionalidade numa pequena cidade do interior de São Paulo, fiquei admirada com a presença tão marcante do efêmero na vida da gente.

    Que condição é essa que tão sorrateira se instala nos espaços, entre as pessoas e suas relações? Condição que não tem tempo, não se interessa nem se envolve, não para nem ouve, tampouco dialoga. Acontece e vai embora. É passageira, não faz história.

     Dei de cara com esse desconforto quando, aproveitando um tempo livre da programação, saí à procura de cartões postais da cidade – a propósito, uma cidade muito agradável, com passeios largos, ruas limpas e arborizadas, ar fresco e céu azulzinho de inverno. Queria os cartões para contar a alguns amigos sobre o lugar, falar do encontro, do hotel e das comidas gostosas, de pessoas e dos dias passados por lá.

    Fui ao quiosque de informações turísticas, à banca de jornal, a lojas de artesanato e nada dos cartões. Subi e desci ruas, virei esquinas e perguntei a um e a outro até que, ao chegar a uma loja de souvenirs, um senhor de meia idade disse-me francamente: “Não se usa mais cartão postal. Hoje em dia todo mundo tem câmera no celular e envia fotos por ele”. Ele foi sincero e disse a verdade – desconfortável verdade! Confesso que fiquei sem graça. Guardei os selos e o papel de rascunho onde havia anotado os endereços dos amigos e voltei para o hotel.

    Fim de planos. O homem tinha razão, o serviço de smartphones é muito eficiente e rápido, em menos de cinco segundos uma pessoa (amiga ou não) no outro lado do mundo pode saber que você está numa cidadezinha do interior e ver fotos suas porque os recursos para isso são fabulosos.

    Mas naquele momento eu não queria fotos instantâneas nem tinha pressa de que as notícias chegassem aos amigos. Sabia do tempo que os cartões levariam para ir de uma cidade a outra, e isso não importava. Queria escrever com caneta e letra vacilante e não com um teclado. Queria que, ao verificar aquela papelada de propaganda que costuma abarrotar a caixa de correio da casa da gente, os amigos fossem surpreendidos por um cartão com mensagem escrita a mão, selado e carimbado, vindo de longe, com cheiro de outro lugar e com saudações da amiga viajante.

    É claro que me beneficio todos os dias da tecnologia, mas naquela ocasião fiquei aborrecida com a rapidez com que ela nos serve, mas também invade a vida da gente e nos coloca contra a parede (ou a foto instantânea ou nada). Tive receio de que deixássemos de aproveitar oportunidades de contar histórias e de guardar lembranças de outras maneiras que não apenas nos servindo de uma câmera e um celular.

    Depois do esbarrão com o efêmero e porque não queria dormir com esse assunto remoendo o pensamento, fiz uma oração pedindo a Deus que nos ajude a aproveitar o antigo e o novo, a equilibrar a tradição e a inovação, a valorizar a sabedoria e experiência dos velhos e o vigor e a capacidade de manusear os recursos tecnológicos dos jovens. Pedi que ambos tenham chance de sentir, experimentar e servir de maneira plena e profunda; que a troca entre eles seja verdadeira e alegre; que uns e outros sejam mais do que flor que brota de manhã e murcha à tarde sem deixar rastros de beleza e vida.

    Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2016/05/31/nao-existe-mais-cartao-postal/

    June 17, 2016

    Não existe gente comum

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    - C. S. Lewis

    Não existe gente comum. 

    Você jamais conversou com um simples mortal. 

    As nações, as culturas, as artes e as civilizações são todas mortais; a vida delas é para a nossa como a vida de um mosquito. 

    São imortais aqueles com quem brincamos, trabalhamos, casamos, a quem exploramos e desprezamos — horrores imortais ou esplendores eternos. 

    Isso não significa que devamos ser sempre solenes: devemos brincar. Porém, nossa descontração deve ser do tipo (e esse é, de fato, o mais cordial) que existe entre pessoas que, desde o começo, levaram umas às outras a sério — sem ofensa, ar de superioridade ou presunção.

    E a nossa caridade deve basear-se num amor real e custoso, com um profundo sentimento pelos pecados, apesar de amarmos o pecador — sem essa de tolerância ou paternalismo que transforma o amor numa paródia petulante. 

    Depois do Sagrado Sacramento o objeto mais sagrado que pode se apresentar aos seus sentidos é o seu próximo. 

    Se ele for cristão, é santo quase do mesmo modo, pois nele também Cristo vere latitat; a própria glória — o glorificador e glorificado — está verdadeiramente escondido.


    Fonte: http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2016/06/05/autor/c-s-lewis/nao-existe-gente-comum/

    June 16, 2016

    Escolha de caminhos

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    "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos,
    nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR".
    Isaías 55:8

    - Mário Fernandez

    Das muitas meditações que ouvi sobre este texto, poucas chamam a atenção para algo que talvez seja sutil demais para ser notado sem um estudo mais cuidadoso. Deus tem seus próprios pensamentos e caminhos, que são diferentes dos nossos. Ouço tanta gente falando sobre a diferença entre eles, mas quase ou nunca ouço falar sobre escolher o caminho de Deus.

    Nas nossas igrejas locais, nas células, nas comunidades, nas famílias e até na nossa vida prática individual, o que mais ouvimos são pessoas pedindo que Deus abençoe suas vidas, seus pensamentos e seus caminhos. Isso, não como ato reflexo ou involuntário, mas como expressão de uma realidade interior e invisível de uma alma que sente, embora não admita, que Deus tem algum tipo de obrigação de abençoar, ou que não resta outra alternativa a não ser pedir a bênção ou se arrebentar.

    Existe alternativa sim, e este texto é apenas um exemplo dos muitos que podemos tomar para mostrar isso. Pare de pedir que Deus abençoe seus caminhos (decisões, estilos, hábitos, gostos, companhias) e passe a andar nos caminhos dEle. O texto diz que este caminho já existe e é diferente dos nossos. Vantagem? Já é abençoado pois é o caminho de Deus.

    É uma forma diferente do tradicional de encarar o andar com Deus, mas tenho aprendido que o conformismo e o não-aprofundamento nos estudos tem sido nossa ruína. Nossos caminhos jamais serão os caminhos deles. É como um carro muito muito muito velho e destruído para o qual pedimos que o mecânico dê um jeitinho para que ele ande mais um dia. Que sentido tem isso, se podemos andar de carro novo? É duro admitir, mas isso é soberba, senso pervertido de independência de Deus.

    Dependemos de Deus e devemos nos portar assim. Não pedindo que Ele abençoe nosso caminho, mas que nos ensine a andar no dEle.

    "Pai, tem misericórdia de mim que sou tão imperfeito diante de Ti. Ensina-me a andar nos Teus caminhos abençoados".

    Fonte: http://ichtus.com.br/publix/ichtus/devocional/escolhadecaminhos.html

    PS- Precisa de um chacoalhão? Vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=PlxZOOEHK4o

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    June 15, 2016

    Salmo 23

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    1 O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.        
    2 Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranquilas.        
    3 Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
    4 Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
    5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
    6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos  dias.

    EXERCÍCIO
    • Não existem respostas corretas. Certo é você preencher com honestidade
    • Seja franco consigo mesmo, não se esconda através de verdades impessoais e generalidades. 
    • Ore antes de começar esta reflexão.
    A. Faça uma lista das qualidades de Deus que vc enxerga neste Salmo.

    B. Escreva uma oração de agradecimento pelas qualidades que vc percebe serem bem mais reais na sua vida.

    C. (Verso 1) Qual a diferença entre Deus dar tudo o que vc 'quer' e tudo o que vc 'precisa'?

    D. Faça uma lista das coisas que vc precisa.

    E. Coloque um visto na frente das coisas que Deus está te dando.

    F. (Verso 2) Vc está conseguindo descansar no Senhor? Por quê?

    G. (Verso 3) Quando foi a ultima vez que vc sentiu aflito?

    H. Como foi que Deus lhe deu paz de espírito (se não lhe deu ainda, por quê)?

    I. Qual é o caminho certo pelo qual Deus está te levando?

    J. (Verso 4) Como vc se sente nos vales escuros de sua vida?

    K. Como podemos nos sentir tranqüilos e sem medo nestes vales?

    L. Deus tem propósitos para tudo. Que propósito Ele pode ter em deixar vc passar pelo que vc está passando ou passou recentemente?

    M.(Verso 5) Quais são seus principais inimigos? Seja especifico explicando porque são inimigos.

    N. Para cada tipo de inimigo anote uma qualidade oposta (ex.: magoa x perdão).

    O. O verso 5 diz que Deus enche nossas vidas com suas bênçãos. Ele está enchendo-o das qualidades positivas que vc anotou acima? Como?

    P. (Verso 6) De quais coisas vc tem absoluta certeza?

    Q. Qual a diferença entre um amor comum e o amor desse versículo, um 'amor cuidadoso' que te acompanha a cada dia?

    R. Deus te ama? Como vc sabe?

    S. Escreva uma oração com base nesta reflexão que vc acabou de fazer. 

    PS- Para ouvir a trilha do dia, vai lá: https://www.youtube.com/watch?v=529pAVbyIDs
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    June 12, 2016

    10 mandamentos para começar um namoro

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    - Jean Francesco

    Para você que é solteiro, leia com urgência. E se já está namorando, faça um raio-X do seu namoro. Casado? Eu também sou e valeu muito a pena seguir os dez mandamentos abaixo antes de dizer “sim” para a minha esposa.
    1 – Seja racional e não sentimental
    As maiores causas de separação e divórcios hoje são: incompatibilidade de gênios, vida financeira e sexo. Veja bem com quem você está casando. Não veja só a embalagem, avalie bem o produto com a sua razão. Procure belezas que não passam.

    2 – Repare na maneira como ela/ele trata os pais
    Analise muito bem as palavras que ela/ele usa para tratá-los. Será provavelmente a maneira como essa pessoa irá tratar você. Quem honra os pais também honra o cônjuge. Um mau filho não será um bom marido. Não é à toa que às vezes eu ouço da minha esposa: “Você acha que eu sou sua mãe?”, mas a gente se perdoa. Ninguém é perfeito.

    3 – Ouça seus pais
    Escute-os. A maioria dos casais que se unem com a desaprovação dos pais não vai adiante com o relacionamento. Procure também a opinião de pessoas que você respeita, seus líderes, livros sobre o assunto e amigos mais experientes. Não seja levado pela síndrome adolescente do “eu já sei de tudo”.
    4 – Descubra os princípios de vida dessa pessoa
    Ela certamente tem convicções firmes sobre verdade, família, caráter, honestidade, sonhos, trabalho, carreira, bondade, respeito. Você sabe quais são? Isso deve ser analisado antes e não depois do casamento. Se a pessoa que você quer namorar deseja levar você logo para cama, certamente não gosta de você. A verdade é que ela/ele quer apenas aproveitar e usar você, depois jogar fora. Respeito é fundamental. Conheça bem os seus valores.
    5 – Procure alguém que ama a Deus e a sua Palavra
    Veja quais são as suas convicções a respeito da Bíblia, Cristo, culto, oração, igreja, espiritualidade etc. Não se relacione com alguém que é indiferente para com Deus. Se essa pessoa for indiferente para com Deus, certamente também será para com os valores absolutos da Bíblia, na prática da oração, não terá vontade de ir aos cultos e muito menos ter relação com pessoas da Igreja. Isso faz toda a diferença.
    6 – Não viva procurando a pessoa perfeita
    A “pessoa certa” é um mito, não se desespere se você ainda não encontrou alguém assim. Você não vai encontrar mesmo, não existe pessoa perfeita! Não existe “alma gêmea”, não existe princesa ou príncipe encantado. Não ande em busca da pessoa certa. Faça diferente: torne-se, prepare-se para ser a pessoa certa. O segredo é cultivar a si mesmo, como diz o poeta gaúcho Mário Quintana: “O segredo é não correr atrás das borboletas… É cuidar do jardim para que elas venham até você”. Isso vale tanto para homens quanto para mulheres, mas que os homens não se acomodem mais do que já estão, querendo que as mulheres venham até eles. Já temos Homers Simpsons demais por aí.
    7 – Procure alguém que o ajude a ser uma pessoa melhor e não “mais feliz”
    O casamento existe para somarmos na vida um do outro e experimentarmos mais de Deus. Procure alguém que te torne uma pessoa melhor no caráter e mais parecida com Jesus. Reflita se ela te torna mais “feliz” momentaneamente, te aproximando mais do pecado e te afastando de Deus frequentemente. Isso diminuiria muitos aconselhamentos pastorais.
    8 – Procure alguém que tenha objetivos para casamento
    A maioria das pessoas hoje quer namorar para passar tempo e aproveitar o que as outras tem de bom: boca, corpo, coisas e sexo. Procure alguém para compartilhar a sua vida, coisas boas e ruins e não apenas o prazer de R$ 1,99 de beijar, dar uns “amassos” e fazer sexo fora do casamento. Isso, no casamento, é cem mil vezes mais sensacional. Dou minha palavra.
    9 – Não idolatre a atração física!
    Já falamos disso antes, certo? Mas como a gente é muito burro neste ponto, vale a pena repetir. Olhos verdes, ruivas, morenos, musculosos, cabelo liso, seios siliconados, barriguinha magra, branco, “negão”, lábios carnudos e blá, blá… Não sou hipócrita para afirmar “não procure beleza” até porque acho minha esposa linda demais, mas no fim das contas isso vale pouco. “Idolatre” mais a personalidade do que a aparência. O legal do amor é amar a pessoa inteira, não somente a casca.
    10 – Procure alguém que seja belo(a) no conjunto todo
    Para encontrarmos uma pessoa de Deus precisamos ter um conceito total, pleno e integral de beleza. Procure alguém que seja belo em seu jeito de ser, personalidade, temperamento, fé, amor, palavras, carinho, disposição, serviço, atitudes, conhecimento, caráter, sonhos, amizade, família, profissão, entre outras coisas. Beleza ultrapassa curvas e traços corporais passageiros. Beleza é o que somos e seremos para sempre, não apenas o corpinho de 20 anos.
    Resumindo: pense bem. Os nossos sentimentos são especialistas em nos enganar e, pior, podem machucar bastante. Se você já está namorando alguém e depois de tudo que leu entrou numa crise, ouça meu conselho: leia o texto com seu namorado(a) e tenham uma D.R. urgentemente!
    Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2016/06/10/dez-mandamentos-para-comecar-um-namoro/

    June 11, 2016

    Escolher esperar ou escolher cultivar?

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    - Fábio Mendes
    “Eu escolhi esperar” é uma frase que eu tenho ouvido com certa frequência, principalmente em círculos religiosos, aplicada a relacionamentos entre duas pessoas com vistas ao namoro. 

    O que seria esse “esperar”? 

    Ficar sentado aguardando (na ansiedade ou na canseira emocional) “a pessoa certa” bater em sua porta ou “o príncipe encantado” aparecer em sua janela? 

    Ou orar neuroticamente pra que “a mulher ideal” apareça deslumbrante diante de um mundo onde o real é frustrante demais?
    Um relacionamento já começa condenado ao fracasso quando a oração é dissociada da amizade e vice-versa, quando “a lista da pessoa dos sonhos” prevalece sobre a convivência e a flexibilidade, ou quando “a possibilidade de dar errado” é totalmente abafada pela “certeza de que tem que dar certo, pois não posso errar de novo, já errei demais”. 

    Se, por um lado, há pessoas que se entregam sem freios para outras, há aquelas que se protegem excessivamente. 

    Precisamos buscar a orientação de Deus? 

    Sim e sempre! 

    A oração (a busca pela direção divina e pelo equilíbrio interior) e uma vida baseada nos princípios bíblicos (e não institucionais ou meramente religiosos) são essenciais, sem dúvida alguma. 

    Mas, a troca de olhares, o convívio, a amizade, o crescimento em amor, o servir um ao outro e o respeito são imprescindíveis, e não florescem da noite pro dia. 

    São ingredientes tão sagrados, sendo dons de Deus concedido aos seres humanos, quanto uma vida de oração. 

    Criar o hábito da oração, mas sem aprender a tocar o coração de outra pessoa com o dom da alegria e do cuidado, não adianta muita coisa.
    O amor nunca nasce pronto e cai do céu, beijando nosso rosto e ficando pra sempre conosco. 

    Pelo contrário, o amor é como uma semente a ser cultivada por duas pessoas no jardim da vida. 

    Não cai do céu, mas floresce no chão da terra.

    Não vem de fora com força, mas surge de dentro com singeleza. 

    Por isso, “eu escolhi cultivar” é melhor do que “eu escolhi esperar”. 

    Cultive, nem que seja a terra do seu coração, para uma semente que, em breve, poderá ser ali graciosamente colocada por Deus.
    E que toda espera não proceda do verbo “esperar”, sinônimo de “não fazer nada” ou de estar passivo. 

    Isso que pode resultar numa lógica inadequada: “eu espero em Deus e, ser der errado, a culpa é dele”. 

    Que toda espera seja um “esperançar”, ou seja: “eu cultivo a esperança de que Deus ouvirá minhas orações e minhas necessidades humanas. 

    Que Ele me ensinará a cuidar de mim e da outra pessoa, com um amor simples, porém forte, enraizado em sua Palavra”. 

    Por isso: “eu escolhi esperançar” é ainda melhor do que “eu escolhi esperar”.
    Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2016/03/18/o-amor-e-a-espera/

    June 10, 2016

    E agora, José? E agora, João?

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    - Flávio Américo

    Umas das principais características de nossa época é o pessimismo. Para muitos, só resta seguir em frente, ser duro, não morrer, sobreviver, sub-viver, como acontece com os personagens de The Walking Dead

    O mundo é visto como sem sentido, solitário e desesperador, gerando apenas uma imensa vontade de gritar de dor (vide O Grito, ao algo). O dia-a-dia é visto como maçante, repetitivo e frustrante, como tentam mostrar as letras e os ritmos de Cotidiano, de Chico Buarque, e Cotidiano n. 2, de Vinicius de Moraes e Toquinho. 

    E agora, José, Maria, João, Flávio, Jéssica e você leitor? A coisa também está feia e sem perspectiva, é o que propõe Carlos Drummond de Andrade em seu poema José, belamente musicado e cantado por Paulo Diniz. Faltou esperança para Drummond durante o Estado Novo e para Chico, Vinícius e Toquinho durante a Ditadura. 

    Falta esperança para muita gente hoje também, muitos escândalos políticos, violência, guerras religiosas, aperto econômico, etc. 

    A pergunta persiste: - E agora, José?

    Segundo a tradição (inclusive Eusébio de Cesaréia e John Foxe), João, o Evangelista, foi o único dos Apóstolos a morrer de forma não violenta (em Éfeso, ainda segundo a tradição). Ele sobreviveu ao período de prisão em Patmos, quando escreveu Apocalipse para fortalecer os cristãos da Ásia Menor que sofriam forte perseguição por parte de César e seu Império Romano. Muitos dos cristãos se questionavam: “e agora, João?” Uma das respostas do livro do Apóstolo foi lembrar-lhes de que o nosso Senhor Ressurreto reina.

    Em seu período entre nós, Cristo reinou de forma a não bater de frente com os reinos humanos, inclusive reconhecendo a importância de pagar tributos a eles (Mt 22:15-22; Mc 12:13-17; Lc 20:20-26). Agora, no entanto, embora não esteja governando o universo de uma maneira que não mais existam poderes, domínios ou governantes perversos, Ele já reina. 

    Deus revelou ao Discípulo Amado que a Igreja do Senhor não precisava temer a dura perseguição que sofria durante o governo do Imperador Domiciano.[1] Revelou como a Igreja, representada em suas várias facetas pelas sete igrejas da Ásia Menor, deveria se portar em meio a luta e lembrando-nos de que o vencedor receberá, de Jesus, bênçãos maravilhosas: “Que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2:7); “de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte” (Ap 2:11); receberá o “maná escondido, bem como lhe darei uma pedrinha branca, e sobre essa pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe” (Ap 2:17); “autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro; assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã” (Ap 2:26-28); “será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3:5); será feito “coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome” (Ap. 3:12); e poderá “sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono” (Ap 3:21).

    Essas bênçãos trouxeram esperança de vida eterna para as pessoas que passavam pelo perigo da morte; mostram a fidelidade e a amizade de Jesus, que era fortemente esperado para que o sofrimento dos mártires acabasse; essas bênçãos são a perfeita declaração de que Cristo reina, bem como reinarão aquele que vencerem esse momento de provação. 

    A partir do capítulo 4, a câmera se desloca das igrejas perseguidas (mas que receberam lindas promessas e consolações), isto é, da terra, para o céu, para o trono de Deus, que João nem ousa nomear, de tão majestoso que é. Deus freqüentemente é descrito estando assentado no trono ao longo do Apocalipse, mostrando quem manda no mundo, embora Domiciano esteja maltratando a Igreja. Na visão, Deus não está sozinho, mas diante de uma corte, composta por 4 seres viventes e 24 anciãos. Esses O louvam cantando “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4:8) e “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11). Não faz parte das intenções desse texto adentrar na discussão de quem são essas criaturas, mas elas enfatizam, pelo menos, o seguinte: a) a totalidade da Criação e da Igreja; e b) a majestade de Deus cercado de tão elevada corte. Sobre isso, John Stott afirma: “Assim, a natureza e a igreja, a velha criação e a nova unem-se para proclamar que Deus é digno de louvor porque por sua vontade todas as coisas foram criadas e continuam tendo existência”.[2]

    No capítulo 5, temos a informação de que Deus tem em sua mão direita um livro escrito por dentro e por fora, que simboliza o seu domínio sobre a História. Mas há um problema, que faz João chorar copiosamente: ninguém, em todo o universo, é capaz de abrir os sete selos que fecham o livro nem nos dizer como vai acabar o tempo e começar a eternidade. “E agora, José?” Um dos anciãos acalma o apóstolo dizendo: “Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (Ap 5:5). O Rei de linhagem davídica, o Messias, é quem é vencedor e pode nos revelar o que nos espera. Então, João direciona o seu olhar para o trono, que não está mais ocupado apenas por Deus, mas também pelo Leão da tribo de Judá. De repente, não é o Leão quem está lá, mas o “Cordeiro como tendo sido morto” (Ap 5:6). 

    Cristo, nosso Senhor, reina!

    Todo o universo está debaixo dos seus pés, pois ele está no trono com Deus. 

    Mas, embora seja o Leão (força), ele é também o Cordeiro que humildemente morreu em nosso lugar (serviço). Ele não vive tirando a vida dos outros, como fazia César, mas deu a vida pela Igreja. A passagem nos mostra que Cristo, o Leão/Cordeiro, reina absoluto. 

    Mesmo que, no caso do Apocalipse, os crentes sofressem por causa do governo de Roma, Cristo continua no controle, pois Ele é quem abre os selos que trancam a História. Seu domínio como Rei, portanto, não tem fim. 

    Ele é o Rei poderoso do Salmo 2 e o Servo obediente e que se sacrifica das canções do Servo de YHWH presentes em Is 42-61; é o Leão que destrói suas presas e o Cordeiro que morre por nós, seus servos. 

    É Rei e Salvador. 

    Portanto, sempre que a coisa estiver feia e que você se perguntar: e agora, José?, pense na revelação de João e lembre-se de que o nosso Senhor ressurreto reina!

    Notas:
    [1] Discute-se se Apocalipse foi escrito no período de Nero ou de Domiciano. Opta-se pelo segundo. Quanto a discussão, ver: OSBORNE, Grant R. Apocalipse: Comentário Exegético. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 11.

    [2] STOTT, John. O Incomparável Cristo. São Paulo: ABU Editora, 2006, p. 196. Ver também LEONEL, João. Aquele que ouve, diga: vem! Uma leitura de Apocalipse. Santo André: Academia Cristã, 2012, p. 52-53.
    Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2015/05/29/e-agora-jose-e-agora-joao

    June 09, 2016

    “Estarei com vocês todos os dias”

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    - Ricardo Barbosa

    Na última conversa de Jesus com seus discípulos registrada no evangelho de Mateus, ele apresenta a eles uma afirmação gloriosa: “toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. Uma missão tão gloriosa quanto a afirmação: “vão, e façam discípulos de todas as nações…”. Por fim, uma promessa também gloriosa que dá sentido à afirmação e à missão: “estarei com vocês todos os dias”.

    Todas as três estão ligadas uma a outra. Aquele que reina pelos séculos dos séculos e que recebeu de Deus toda a autoridade, é o que envia seus discípulos pelo mundo para proclamarem o evangelho do reino, e convidar homens e mulheres a se submeterem ao Rei e Senhor de todas as coisas. 

    Diante de tão grande tarefa, aquele que tem autoridade sobre todas as coisas promete estar com seus discípulos todos os dias. 

    Como Jesus estará presente com todos os seus discípulos, em todos os lugares, todo o tempo? 

    Sabemos que Jesus ressuscitou em seu corpo. Depois da sua ressurreição ele permaneceu por 40 dias com seus discípulos, comendo, conversando e se deixando tocar por eles. Seu corpo era real. Glorificado, mas real. Depois dos 40 dias, ele foi levado às alturas em seu corpo ressurreto, e encontra-se assentado em seu trono glorioso, com seu corpo ressurreto. É claro que tudo isto envolve um grande mistério. Mas é importante deixar claro que Jesus não abdica de sua humanidade após sua ressurreição. Ele não deixa de ser humano depois de sua morte. 

    É possível Jesus estar em todo o lugar? Não, não é. Como ele então cumpre sua promessa de estar conosco todos os dias? A resposta a esta pergunta nos ajuda a entender o valor e a importância de algumas verdades que Jesus nos deixou. 

    A primeira é que Jesus está presente conosco todos os dias através da ceia que celebramos – “fazei isto em memória de mim”. O apóstolo Paulo afirma que o pão que partimos e o cálice que bebemos é a nossa participação (comunhão) no corpo e sangue de Cristo. A participação do povo de Deus na “mesa do Senhor” traz para o meio deste povo a presença de Cristo. O que acontece, então, quando comemos do pão e bebemos do cálice? Calvino defendia a presença espiritual de Cristo na Santa Ceia. Ele dizia que não era Cristo quem descia para tomar forma de pão e de vinho, mas era a Igreja quem era elevada espiritualmente aos céus para participar da Ceia na presença de seu Senhor (Calvino, Breve tratado sobre a Ceia do Senhor, § 51). 

    A segunda verdade que manifesta a presença de Cristo entre nós é reconhecer que somos seu corpo, sua igreja. Ser corpo de Cristo implica em tê-lo como Senhor e cabeça. Quando o povo de Deus vive em comunhão uns com os outros e em submissão ao Senhor da igreja, Cristo permanece em nós e entre nós todos os dias. A cabeça permanece sempre ligada ao corpo. 

    Uma terceira verdade é que Cristo permanece conosco sempre através do ministério e serviço da igreja. Jesus afirmou que os benditos do seu Pai eram todos aqueles que deram pão quando ele teve fome, água quando ele teve sede, roupa quando ele esteve nu e o visitaram quando esteve enfermo ou encarcerado. Os discípulos disseram que nunca haviam feito nada disto a ele. Sua resposta foi surpreendente. Ele disse que todas as vezes que estes gestos foram feitos a um dos seus pequeninos irmãos, foi como se tivéssemos feito a Jesus mesmo. Jesus permanece presente conosco nos gestos de serviço cheios de compaixão e misericórdia.

    Uma quarta grande verdade em relação à presença constante de Jesus entre os seus discípulos, é que ele sempre encontra-se entre nós pela sua Palavra. Ele disse que quem guarda a sua Palavra, ele e o Pai virão e farão nestes discípulos sua morada. Cristo habita e permanece entre nós pela obediência e devoção a sua Palavra. 

    Uma última verdade e, de certa forma, aquela que engloba todas as outras, é que Cristo permanece entre nós pela presença real da terceira pessoa da Trindade, o Espírito Santo. O Consolador, enviado pelo Pai e pelo Filho, encontra-se entre nós e em nós, tornando possível e real a comunhão com Cristo. Fazendo com que a vida de Cristo seja nossa e a nossa vida seja dele. Não se trata de uma fusão de seres, mas de uma comunhão que o Espírito torna possível. 

    “Estarei com vocês todos os dias”. Que promessa gloriosa. Podemos seguir agora, como discípulos de Jesus, vivendo sob a sua autoridade, fazendo discípulos de todas as nações, com a certeza de que ele encontra-se presente com seu povo, como Rei e Senhor da nova criação, manifestando seu reino de justiça e paz. 

    Somos chamados para segui-lo com a certeza de que nunca estaremos sozinhos. 

    Ele estará conosco sempre. 

    Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/estarei-com-voces-todos-os-dias

    June 08, 2016

    A ressurreição de Jesus e a vida cristã

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    - Ricardo Barbosa

    A ressurreição de Jesus encontra-se no coração da fé cristã. Quando olhamos para a história do cristianismo, percebemos que ela sempre existiu por causa da ressurreição de Cristo. Como diria Paulo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” – a fé perde seu significado. Não podemos pensar na vida e no caráter cristão sem levar em conta esta verdade.

    A afirmação central de Paulo no capítulo 8 de Romanos, que fundamenta seus argumentos sobre a nova criação realizada em Cristo é: “se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”. O Espírito Santo prometido e derramado sobre os primeiros cristãos em Jerusalém, no dia de pentecostes, é o Espírito da ressurreição de Jesus, o Espírito que vivifica, transforma o nosso corpo e tudo o que somos.

    O escritor N. T. Wright, no seu livro “Creio. E agora?” onde ele trata da importância do caráter cristão, diz na introdução: “a vida cristã no presente, com suas responsabilidades e chamados particulares, deve ser entendida e moldada em relação ao alvo final, para o qual fomos criados e redimidos. Quanto mais entendemos esse alvo, melhor conheceremos o caminho que nos leva até ele”.

    Vivemos entre dois grandes eventos: de um lado, a ressurreição de Jesus, e do outro, o destino final de todos os santos, a plena ressurreição. A vida cristã só faz sentido quando estabelece uma relação consistente entre um e outro. Isto traz implicações no caráter, na ética, na moral, nos relacionamentos, na missão e na espiritualidade cristã.

    Se cremos na ressurreição; se reconhecemos que “fomos ressuscitados com Cristo”, somos chamados a “buscar as coisas do alto” e viver a partir delas. Fomos, juntamente com Cristo, crucificados para o mundo caído e corrompido e ressurretos para o novo mundo de Deus. Isto significa que morremos para as coisas deste mundo (prostituição, impureza, paixões lascivas, corrupção, imoralidades, toda a forma de idolatria, etc) e nascemos para viver a nova humanidade de Deus (mansidão, misericórdia, domínio próprio, paz, amor, alegria, etc).

    O caráter cristão é o testemunho visível da ressurreição de Cristo.

    Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/a-ressurreicao-de-jesus-e-a-vida-crista/

    June 07, 2016

    O Pastor do salmo 23

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    - Ricardo Barbosa

    O salmo 23 é o mais conhecido e o mais querido dos salmos. A forma como Davi descreve o cuidado do Pastor, é de uma beleza poética e de uma profundidade teológica, que sempre impressionam. É um salmo para ser memorizado, uma oração para ser feita sempre, um conteúdo para ser meditado com silêncio e quietude.

    A declaração inicial do salmo: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”, tem o poder de trazer, sempre, um profundo sentimento de proteção e cuidado. Deus é o nosso pastor. Jesus, o Filho de Deus encarnado, Deus presente entre nós, reafirmou esta verdade de diferentes maneiras em diferentes ocasiões: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt. 11:28 e 29). “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (Jo. 15:7). “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo: 10:10 e 11). “Buscai, pois, em 1o. lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt. 6:33). 

    Reconhecer que o Senhor Deus é o nosso pastor e que nada nos faltará, nos trás conforto e segurança, por outro lado, trás também algum conflito quando ele afirma que “nada me faltará”. 

    Sabemos que “nada” é muita coisa. Quando olhamos para a vida de Davi, autor do salmo, sabemos que certamente haviam inúmeras necessidades a serem supridas. Sua família tinha muitos problemas. Enfrentou grandes dificuldades no seu reinado. Antes de chegar ao trono, viveu 10 anos fugindo da ira insana do rei Saul. 

    Como alguém, que viveu em meio a tantas dificuldades, pode afirmar que, sendo Deus o meu pastor, “nada me faltará”? As declarações de Jesus também levantam as mesmas dificuldades quando ele afirma: “…todas as coisas vos serão acrescentadas”; ou “pedireis o que quiserdes, e vos será feito”. 

    Temos tudo o que necessitamos? Tudo o que pedimos em oração temos recebido? A resposta certamente é não. Bem, poderia comentar alguma coisa sobre o “buscar o reino em 1o. lugar” ou sobre o significado de “permanecer em mim” nas palavras de Jesus, mas acho importante considerar o cuidado do bom pastor. 

    Davi tinha uma profunda consciência do cuidado amoroso e bondoso de Deus. Foi esta certeza que fez com que Davi e muitos outros autores bíblicos afirmassem o cuidado de Deus como um bom pastor. Mesmo em momentos de extrema dificuldade, esta era a certeza que moldava o espírito de Davi.

    Ele sabia que Deus era um bom pastor. Sabia porque ele mesmo fora pastor muitos anos. Era uma imagem que Davi buscou na sua memória.

    Ele defendeu o rebanho das feras, dos ladrões e de outros perigos. Ele se preocupava em levá-las para os lugares onde encontrariam boa comida e água fresca, mesmo numa região onde a escassez destas coisas é muito grande. Ele sabia que, se ele não se preocupasse com os perigos e as necessidades de suas ovelhas, elas pereceriam. 

    A imagem de pastores e rebanhos de ovelhas é distante para nós. Porém, a imagem da infância e do cuidado dos pais é mais presente. Apesar das limitações dos nossos pais, muitos filhos guardam uma imagem de segurança, carinho, conforto e providência. Nunca tivemos tudo o que pedimos, mas tivemos, dentro da possibilidade de nossos pais, tudo o que necessitamos. É disto que Davi está falando.

    O Bom Pastor sempre nos dá tudo aquilo que nos é necessário. Como crianças, nem sempre desejamos o que é necessário, mas como um Pai cuidadoso que Deus é, ele, na medida em que permanece em nós e nós nele, nos educa para reconhecer aquilo que é necessário.

    Porém, no longo caminho da maturidade, precisamos confiar na bondade do Bom Pastor e crer que, confiando nele, andando com ele, nada nos faltará.

    Henri Nouwen, num pequeno comentário sobre a declaração de Jesus de buscar em 1o. lugar o reino e todas as outras coisas nos serão acrescentadas, diz assim: "Quando Jesus nos chama para buscar em 1o. lugar o reino de Deus, ele não tenta nos afastar dos múltiplos acontecimentos, atividades e pessoas que constituem as nossas vidas. Ele pede que nos desviemos do nosso centro de gravidade, que recentremos a nossa atenção, que modifiquemos as nossas prioridades. Jesus não fala em mudança de atividades, em mudança de contatos nem sequer em mudança de ritmo. Ele fala em mudança de coração. Jesus nos pede que coloquemos o nosso coração no centro, onde todas as coisas se encaixam no lugar certo". Que centro é esse? Jesus o denomina como reino de Deus. 

    Voltar os nossos corações para o reino significa, portanto, fazer da vida do Espírito - dentro e entre nós - o centro de tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos

    Permanecer centrados em Cristo é permanecer seguros do Seu cuidado.
    Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/o-pastor-do-salmo-23/

    June 06, 2016

    Eu sou a ressurreição e a vida

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    - Ricardo Barbosa

    A vida de Jesus não foi definida pela percepção imediatista e circunstancial da sua curta existência humana. O céu e a terra, o eterno e o temporal estavam, misteriosamente, presentes em tudo o que era e fazia. A certeza de que a vida não se limitava ao breve tempo de existência terrena dava a ele a consciência do eterno que determinava o significado do terreno. Ao ensinar seus discípulos a orar, ele diz: “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” - o céu e terra se misturam. Um está presente no outro e dá significado a vida.

    A vida ganha sentido quando o eterno envolve ao temporal. A partir do momento em que a vida humana é determinada pelo poder da morte e não da ressurreição, deixamos de viver como seres libertos do poder da morte e passamos a dedicar nossa curta existência a tentar driblar o inevitável. A vida que nasce da ressurreição, na linguagem de Pablo Richard, significa que: “o homem espiritual é o homem vivo, salvo, liberto da morte. A espiritualidade não é a vida da alma liberta do corpo, mas a vida do homem liberto da morte. A salvação é o resgate da vida contra o poder da morte, não é o resgate da alma contra o poder do corpo”.

    Para ele, a vida cristã não pode ser simplesmente definida por comportamentos, atividades e programas. A vida que nasce do encontro com Cristo é a vida liberta do poder da morte que encontra na ressurreição o significado da sua existência.

    O fatalismo é a resposta humana para a morte. É o apóstolo Paulo descreve quando diz: “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”. O fatalismo produz o desespero e vazio. Reduzimos a existência humana a uma busca frenética de significado a partir da desesperança que a morte cria. Não há nada além dela a não ser o vazio. É uma vida orientada pela morte e para a morte.

    A ressurreição de Cristo, ao contrário, traz uma nova esperança. Não é mais a morte com seu poder destruidor quem dá as últimas cartas, mas a ressurreição e a certeza de “novos céus e nova terra”. A vida que nasce da ressurreição abre diante de nós novas possibilidades. O autor de Hebreus apresenta-nos um quadro que ilustra muito bem isto. Ele fala de Moisés que, num certo momento de sua vida, recusou ser chamado e tratado como um príncipe por ser neto do Faraó. Ao invés disto ele “preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir os prazeres transitórios do pecado”.

    Por que Moisés fez esta opção contrária à lógica e ao bom senso? Por que ele abriu mão dos benefícios concedidos a um príncipe e optou pelo sofrimento da escravidão do povo? A resposta é que ele considerou o sofrimento de Cristo mais valioso do que os tesouros do Egito e abriu os olhos para contemplar aquilo que é eterno. A sua visão do eterno determinou suas escolhas do presente.

    Sabia que havia algo maior e mais pleno do que a transitoriedade de alguns privilégios que pudesse usufruir. Escolhas assim nascem da consciência da eternidade. A ressurreição é a capacidade de viver sustentado pelo que é invisível. A morte cria em nós o medo. Torna a vida restrita, tira a coragem de romper, de crer no novo, de ver o invisível.

    A vida, uma vez livre do poder da morte, encontra sua plenitude em Cristo e no poder da sua ressurreição.

    A súplica do apóstolo Paulo é que diante da realidade da ressurreição de Cristo, não devemos mais oferecer nosso corpo como instrumento de iniquidade e injustiça, mas “oferecer-nos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os nossos membros a Deus como instrumentos de justiça”.

    Crer naquele que é a ressurreição e a vida, é crer na vida que surge do calvário vazio, na esperança de que há um “novo céu e uma nova terra” onde Deus faz “novas todas as coisas”. É crer no Deus que “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”.

    Disse Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”

    Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/eu-sou-a-ressurreicao-e-a-vida/

    June 05, 2016

    Perguntas que equilibram as emoções

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    - Ricardo Barbosa

    Vivemos um tempo em que é muito fácil perder o equilíbrio emocional e espiritual. Uma dificuldade que muitos cristãos enfrentam é aceitar a realidade e responder a ela apropriadamente. Nossas reações emocionais emergem da forma como pensamos sobre a vida e os acontecimentos. Não são as realidades externas que nos perturbam, mas o julgamento que fazemos sobre elas. Sobretudo, a forma como cremos que Deus participa delas.

    O apóstolo Paulo, em carta aos cristãos que viviam na capital do Império Romano, faz quatro perguntas retóricas que nos ajudam a construir uma estrutura espiritual capaz de produzir em nós sentimentos e atitudes verdadeiros diante das diferentes situações e experiências.

    Primeira pergunta: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. Sabemos que existem muitas coisas “contra nós”. Existem acidentes, doenças, mortes. Existem crises econômicas e políticas. Existem fofocas, mentiras, calúnias, traições. Paulo não está afirmando que nada disso vai acontecer conosco. Acontecem com todos os santos. Podemos sofrer as frustrações de um divórcio, a angústia da demissão ou a desilusão em relação aos amigos. Tudo isto atua “contra nós”. Porém, a pergunta de Paulo é: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”.

    Como reagimos emocionalmente a estas situações? Fugindo? Vitimando-nos? Responsabilizando os outros? Duvidando de Deus? A verdade que compõe a estrutura espiritual de Paulo é que Deus é por nós. O Deus Criador de todas as coisas, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, é por nós. Paulo estava seguro desta verdade, e tal convicção moldava seu pensamento e, consequentemente, seus sentimentos e emoções.

    Segunda pergunta: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”. A ansiedade é um dos grandes males do nosso tempo. Porém, quando achamos que estamos perdendo alguma coisa, Paulo nos convida a perguntar: Se na cruz Deus nos deu o melhor, por que o medo de perder algo? Confiamos que ele nos dará tudo de que precisamos? A verdade que sustenta a vida de Paulo é: o Deus que nos deu o que tinha de mais precioso não deixará de nos dar nada que nos seja necessário.

    Como reagimos emocionalmente ao sentimento de que algo está faltando? Davi responde: “O Senhor é meu pastor, nada me faltará”. Como Paulo, ele confiava no Deus que ama e supre cada uma de nossas necessidades.

    Terceira pergunta: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?”. Somos constantemente afligidos por sentimentos de culpa. Para Paulo, se Cristo nos justifica, quem pode nos condenar? O veredicto que ele apresenta não é baseado no que temos feito, mas no que Cristo fez. As pessoas podem nos acusar, cobrar ou condenar, mas isto pode mudar alguma coisa? O único que de fato pode nos acusar é o mesmo que nos justifica.

    O nosso maior problema não são os outros, somos nós. Uma grande liberdade emocional nasce do simples fato de nos fazer esta pergunta: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?”.

    Quarta pergunta: “Quem nos separará do amor de Cristo?”. Aqui Paulo fala de situações que podem nos fazer sentir que Deus se esqueceu de nós. Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada - situações que ele viveu. São experiências com grande potencial de nos fazer sentir abandonados. De onde vêm estes sentimentos? Destes eventos ou do que pensamos sobre eles? Podem estas circunstâncias nos separar do amor de Cristo? Para Paulo, não.

    Nossas respostas aos fatos não são determinadas por eles, mas pelo julgamento que fazemos deles. Se julgarmos que uma provação tem o poder de nos afastar do amor de Deus, certamente nos afastará. Se julgarmos que alguém pode levantar uma acusação contra nós e nos fazer sentir culpados, certamente isto acontecerá.

    Fazer tais perguntas não muda as circunstâncias, mas muda a forma como as vemos ou julgamos. Ao fazê-las, adquirimos uma perspectiva correta e amadurecemos nossos sentimentos.

    Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/322/perguntas-que-equilibram-as-emocoes

    June 04, 2016

    Por uma reforma dos sentimentos

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    Conciliar nossas convicções com nossos sentimentos é o caminho para a maturidade cristã

    Ultimato – O livro Pensamentos Transformados, Emoções Redimidas fala sobre o quê?


    Ricardo Barbosa - Walter Hilton, místico agostiniano do século 14, já falava sobre a importância da conversão das nossas emoções. Para ele, a conversão das convicções é um passo fundamental para a conversão dos sentimentos e das emoções. A Reforma Protestante afirmou as doutrinas cristãs como fundamento para a fé. No entanto, precisamos também de uma reforma dos sentimentos. Este livro fala sobre a importância das convicções cristãs para o equilíbrio de nossas emoções e sentimentos. 


    U – Vivemos na época em que os estímulos externos são intensos, principalmente com o avanço das novas tecnologias. É difícil manter a mente atenta. O quanto a distração é uma inimiga da maturidade cristã e da transformação da mente?


    RB - Penso que uma das armadilhas do Inimigo é manter nossas mentes distraídas. As ferramentas tecnológicas têm sua utilidade, claro, mas precisamos de discernimento para usá-las. Elas tendem a substituir o real pelo virtual, a pessoalidade pela eficiência. Vivemos uma sensação de sufocamento das emoções e sentimentos. Tentamos preencher nossa vida numa busca frenética por realização e prazer, mas logo percebemos que continuamos a navegar na superfície dos relacionamentos. 


    U – Nossa geração também é muito influenciada pelas emoções, inclusive, na compreensão que ela tem sobre Deus. Qual o lugar das emoções em uma vida cristã madura?


    RB - O iluminismo criou o ser racional, “penso, logo existo”. O tribunal que julgava as grandes questões era o tribunal da razão. Hoje, com a forte influência da psicologia no século 20, o tribunal que julga nossas questões é o tribunal das emoções. O que sinto define aquilo que é verdadeiro. Precisamos entender a armadilha que isso representa. Jonathan Edwards, o grande pregador congregacional e teólogo calvinista, em seu tratado sobre os “Afetos Religiosos”, afirma que a verdadeira religião precisa tocar e transformar nossos afetos. Ele faz uma afirmação séria e, ao mesmo tempo, ousada quando diz: “acredito que ninguém jamais mudou por causa da doutrina, de ouvir a Palavra de Deus ou pelo ensino ou pregação de outra pessoa, a não ser quando esses meios atingiram os sentimentos”. Ele foi um grande teólogo, dedicou sua vida a ensinar a sã doutrina, mas reconhecia que apenas o conhecimento intelectual não muda ninguém, a não ser quando este conhecimento atinge o coração e os afetos.


    U – Você é pastor da mesma igreja local por muitos anos. Sua preocupação pastoral é bem clara no livro. Como a comunidade pode ajudar o cristão a seguir uma jornada de amadurecimento espiritual? Que aspectos práticos você poderia levantar?


    RB - É com tristeza que noto que muitos cristãos, depois de vários anos de conversão, depois de terem participado de tantos cultos, escola dominical, retiros espirituais, grupos pequenos; depois de terem lido tantos livros bons, além da própria Bíblia, tornaram-se piores do que quando começaram a vida cristã. Tornam-se pessoas mais secularizadas, apáticas, desmotivadas, infrutíferas, gozando muito pouco ou mesmo nada da vida abundante prometida por Jesus. A formação e o amadurecimento espiritual se dá nos relacionamentos, nunca fora deles. É na forma como nos relacionamos que percebemos o quanto o Evangelho de Jesus penetrou em nossos corações, transformou nossos afetos e fez de nós homens e mulheres mais plenos e verdadeiros. Como pastor tenho visto e acompanhado o crescimento e amadurecimento de muitos irmãos e irmãs. Noto que todos eles carregam uma marca comum: são pessoas profundamente comprometidas com a comunidade e com os relacionamentos. É claro que são também cristãos comprometidos com a palavra e com a oração, mas é na comunidade que vemos os efeitos do seu conhecimento.


    U – Pensamentos Transformados, Emoções Redimidas fala de sentimentos atuais (medo, ansiedade, culpa, carência), mas partindo de um texto bíblico específico (Romanos 8. 31-39). Qual o papel principal das Escrituras na transformação da nossa mente e de nossas emoções?


    RB - Parto do princípio que nossos sentimentos e emoções seguem nossos pensamentos e convicções. O apóstolo Paulo tinha convicções muito sólidas e bem estruturadas e isso foi fundamental para estruturar seus sentimentos e emoções. Quando preso, dizia que era um “prisioneiro de Cristo,” quando encontrava-se em Roma aguardando julgamento, escreveu sua carta mais pessoal onde expressa sua alegria, contentamento e gratidão. Ele era capaz de dizer de dentro de uma cela, privado de praticamente tudo, que “tinha tudo e em abundância.” Por quê? Poderia descrever sua ansiedade, mas ele consola seus leitores dizendo para não “viverem ansiosos de coisa alguma.” Poderia compartilhar seu medo de ser julgado pelo imperador Nero e ser condenado à morte, mas nos anima a nos “alegrar sempre no Senhor.” Penso que suas convicções claras e sólidas moldavam seus sentimentos e suas emoções. É claro que tinha seus medos e ansiedades, mas não era isso que dominava suas emoções e sentimentos. Imagino que nossas convicções hoje são frágeis, permanecem superficialmente no intelecto sem transformar nossos corações. No entanto, quando elas são compreendidas claramente e nos envolvem totalmente, nossos afetos e sentimentos são redimidos e transformados.


    U – Você faz questão de afirmar que preferiu usar a palavra “pensamentos” e não “razão” e “conhecimento”. Por quê?


    RB - O pensamento é a forma como damos vida ao conhecimento. Se o conhecimento que tenho sobre qualquer coisa não influencia minha forma de pensar, é apenas uma teoria. Por outro lado, se o que eu penso sobre política, economia, família, relacionamentos, sexualidade, meio ambiente é fortemente influenciado pelo conhecimento que tenho de Deus, de sua Palavra, isso vai definir a maneira como vou viver e lidar com tudo isso. Muitos cristãos são capazes de fazer defesas racionais de sua fé, mas suas vidas demonstram o contrário. São cristãos racionais que não entenderam a dimensão pessoal da fé cristã.


    U – A missão da igreja tem um teor bem prático, e isso pode gerar um tipo de pragmatismo superficial. Como a espiritualidade integral corrigiria este desequilíbrio? 


    RB - A missão de qualquer área da vida sempre tem um aspecto prático. Se tomo, por exemplo, a missão da família, temos muitas coisas práticas para fazer diariamente, como: pequenos reparos, roupas para lavar e passar, preparar as refeições e lavar a louça, e por aí vai. São coisas bastante práticas e absolutamente necessárias. Mas isso não define uma família. O que define é a forma como nos relacionamos em amor, perdão, sacrifício, generosidade. A maneira como recebemos nossos filhos e providenciamos a eles um lugar para crescerem com disciplina, liberdade e maturidade. O cuidado que dispensamos aos nossos hóspedes e amigos. Isso faz uma família. Na missão da igreja acontece o mesmo. O risco que corremos com o pragmatismo cultural é achar que a eficiência funcional pode substituir os relacionamentos pessoais. A maturidade espiritual é percebida quando nos tornamos mais pessoais em nossos relacionamentos sem perder a responsabilidade com os deveres que assumimos.


    Fonte: http://www.ultimato.com.br/conteudo/reforma-dos-sentimentos