Eu sou a ressurreição e a vida
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- Ricardo Barbosa
A vida de Jesus não foi definida pela percepção imediatista e circunstancial da sua curta existência humana. O céu e a terra, o eterno e o temporal estavam, misteriosamente, presentes em tudo o que era e fazia. A certeza de que a vida não se limitava ao breve tempo de existência terrena dava a ele a consciência do eterno que determinava o significado do terreno. Ao ensinar seus discípulos a orar, ele diz: “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” - o céu e terra se misturam. Um está presente no outro e dá significado a vida.
A vida ganha sentido quando o eterno envolve ao temporal. A partir do momento em que a vida humana é determinada pelo poder da morte e não da ressurreição, deixamos de viver como seres libertos do poder da morte e passamos a dedicar nossa curta existência a tentar driblar o inevitável. A vida que nasce da ressurreição, na linguagem de Pablo Richard, significa que: “o homem espiritual é o homem vivo, salvo, liberto da morte. A espiritualidade não é a vida da alma liberta do corpo, mas a vida do homem liberto da morte. A salvação é o resgate da vida contra o poder da morte, não é o resgate da alma contra o poder do corpo”.
Para ele, a vida cristã não pode ser simplesmente definida por comportamentos, atividades e programas. A vida que nasce do encontro com Cristo é a vida liberta do poder da morte que encontra na ressurreição o significado da sua existência.
O fatalismo é a resposta humana para a morte. É o apóstolo Paulo descreve quando diz: “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”. O fatalismo produz o desespero e vazio. Reduzimos a existência humana a uma busca frenética de significado a partir da desesperança que a morte cria. Não há nada além dela a não ser o vazio. É uma vida orientada pela morte e para a morte.
A ressurreição de Cristo, ao contrário, traz uma nova esperança. Não é mais a morte com seu poder destruidor quem dá as últimas cartas, mas a ressurreição e a certeza de “novos céus e nova terra”. A vida que nasce da ressurreição abre diante de nós novas possibilidades. O autor de Hebreus apresenta-nos um quadro que ilustra muito bem isto. Ele fala de Moisés que, num certo momento de sua vida, recusou ser chamado e tratado como um príncipe por ser neto do Faraó. Ao invés disto ele “preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir os prazeres transitórios do pecado”.
Por que Moisés fez esta opção contrária à lógica e ao bom senso? Por que ele abriu mão dos benefícios concedidos a um príncipe e optou pelo sofrimento da escravidão do povo? A resposta é que ele considerou o sofrimento de Cristo mais valioso do que os tesouros do Egito e abriu os olhos para contemplar aquilo que é eterno. A sua visão do eterno determinou suas escolhas do presente.
Sabia que havia algo maior e mais pleno do que a transitoriedade de alguns privilégios que pudesse usufruir. Escolhas assim nascem da consciência da eternidade. A ressurreição é a capacidade de viver sustentado pelo que é invisível. A morte cria em nós o medo. Torna a vida restrita, tira a coragem de romper, de crer no novo, de ver o invisível.
A vida, uma vez livre do poder da morte, encontra sua plenitude em Cristo e no poder da sua ressurreição.
A súplica do apóstolo Paulo é que diante da realidade da ressurreição de Cristo, não devemos mais oferecer nosso corpo como instrumento de iniquidade e injustiça, mas “oferecer-nos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os nossos membros a Deus como instrumentos de justiça”.
Crer naquele que é a ressurreição e a vida, é crer na vida que surge do calvário vazio, na esperança de que há um “novo céu e uma nova terra” onde Deus faz “novas todas as coisas”. É crer no Deus que “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”.
Disse Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
- Ricardo Barbosa
A vida de Jesus não foi definida pela percepção imediatista e circunstancial da sua curta existência humana. O céu e a terra, o eterno e o temporal estavam, misteriosamente, presentes em tudo o que era e fazia. A certeza de que a vida não se limitava ao breve tempo de existência terrena dava a ele a consciência do eterno que determinava o significado do terreno. Ao ensinar seus discípulos a orar, ele diz: “seja feita a tua vontade assim na terra como no céu” - o céu e terra se misturam. Um está presente no outro e dá significado a vida.
A vida ganha sentido quando o eterno envolve ao temporal. A partir do momento em que a vida humana é determinada pelo poder da morte e não da ressurreição, deixamos de viver como seres libertos do poder da morte e passamos a dedicar nossa curta existência a tentar driblar o inevitável. A vida que nasce da ressurreição, na linguagem de Pablo Richard, significa que: “o homem espiritual é o homem vivo, salvo, liberto da morte. A espiritualidade não é a vida da alma liberta do corpo, mas a vida do homem liberto da morte. A salvação é o resgate da vida contra o poder da morte, não é o resgate da alma contra o poder do corpo”.
Para ele, a vida cristã não pode ser simplesmente definida por comportamentos, atividades e programas. A vida que nasce do encontro com Cristo é a vida liberta do poder da morte que encontra na ressurreição o significado da sua existência.
O fatalismo é a resposta humana para a morte. É o apóstolo Paulo descreve quando diz: “comamos e bebamos porque amanhã morreremos”. O fatalismo produz o desespero e vazio. Reduzimos a existência humana a uma busca frenética de significado a partir da desesperança que a morte cria. Não há nada além dela a não ser o vazio. É uma vida orientada pela morte e para a morte.
A ressurreição de Cristo, ao contrário, traz uma nova esperança. Não é mais a morte com seu poder destruidor quem dá as últimas cartas, mas a ressurreição e a certeza de “novos céus e nova terra”. A vida que nasce da ressurreição abre diante de nós novas possibilidades. O autor de Hebreus apresenta-nos um quadro que ilustra muito bem isto. Ele fala de Moisés que, num certo momento de sua vida, recusou ser chamado e tratado como um príncipe por ser neto do Faraó. Ao invés disto ele “preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir os prazeres transitórios do pecado”.
Por que Moisés fez esta opção contrária à lógica e ao bom senso? Por que ele abriu mão dos benefícios concedidos a um príncipe e optou pelo sofrimento da escravidão do povo? A resposta é que ele considerou o sofrimento de Cristo mais valioso do que os tesouros do Egito e abriu os olhos para contemplar aquilo que é eterno. A sua visão do eterno determinou suas escolhas do presente.
Sabia que havia algo maior e mais pleno do que a transitoriedade de alguns privilégios que pudesse usufruir. Escolhas assim nascem da consciência da eternidade. A ressurreição é a capacidade de viver sustentado pelo que é invisível. A morte cria em nós o medo. Torna a vida restrita, tira a coragem de romper, de crer no novo, de ver o invisível.
A vida, uma vez livre do poder da morte, encontra sua plenitude em Cristo e no poder da sua ressurreição.
A súplica do apóstolo Paulo é que diante da realidade da ressurreição de Cristo, não devemos mais oferecer nosso corpo como instrumento de iniquidade e injustiça, mas “oferecer-nos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os nossos membros a Deus como instrumentos de justiça”.
Crer naquele que é a ressurreição e a vida, é crer na vida que surge do calvário vazio, na esperança de que há um “novo céu e uma nova terra” onde Deus faz “novas todas as coisas”. É crer no Deus que “enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”.
Disse Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.”
Fonte: http://www.ippdf.com.br/comunidade/boletim-da-semana/eu-sou-a-ressurreicao-e-a-vida/
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